Mariana sangra o sangue de Minas Sugado há muito em veios das minas. Um povo chora os itens perdidos, As vidas levadas, as lágrimas do rio. Lamentam a ferida aberta, Cobram alguns pelos danos. Sem noção aguardam a oferta, Que repare seus planos. Enriquecem como faziam com o ouro. Arrancado da terra com muita dor, Por irmãos aprisionados no ferro. A revestir paredes para Nosso Senhor. Hoje o ferro levanta monumentos, A terra pobre se acumula no monte. Acumula-se para causar novo tormento, A um povo que não preserva no presente. Sem entender a criação, destroem, Modificam sem nada acrescer. Assim só lhes resta o que convém, E recebem o que estão por merecer. Chico Horta