Uma moeda no pote,
Caiu outra vez.
Como fiz merecer este dote?
Vou contar a vocês.
Aguardava na rua,
Alguém para conversar.
Como estava seminua,
Muitos vieram me olhar.
Como passavam rapidamente,
Pararam quando estendi a mão.
Afastaram com se eu estivesse doente.
Moedas jogaram ao chão.
Um desperdício de dinheiro,
Largado sem que dissesse uma palavra.
Quem sabe quererem cobrir-me por inteiro.
O corpo magro nesta escada.
Não podia deixar o óbolo perdido,
Em um vaso os recolhi.
Continuo aguardando um som amigo,
que compartilhem comigo as dores que tiver.
Minhas mãos se estendem para um abraço.
Não quero ouro nem prata.
É no diálogo que me desfaço,
Da imagem pedinte que lhe agrada.
O dinheiro tem seu valor,
Mas não cobre a solidão.
Agora aguardo de você o melhor.
É teu coração que aquece meu coração.
Maria Ângela Nogueira.